"Hoje se completam quatorze dias que cerca de trinta homens, mulheres, jovens e crianças estão acampados em frente à Prefeitura de Ilhéus. Há muito frio, desconforto, fome, sede, resfriados, dores, estresse emocional, preocupação, medo. E acima de tudo isso, coragem. Coragem emanando de seus corpos e mentes, insuflada pelo trabalhador e dona de casa que passam para deixar seu pão e carne. Insuflada pelo estudo de uma documentação que a cada página se prova mais incongruente à realidade. E por tantas outras razões cheias de força e lutas cotidianas. Não se nega que muitos ilheenses se perguntem: o que vocês ainda fazem aí? E eles serão atendidos: Estamos aqui porque sabemos que o diálogo com o poder público não é condicional, mas permanente. Estamos aqui porque recebemos contratos, balanços, proposta de auditoria e comissões, e junto a tudo isso, o desprezo do prefeito, em falas e ações. O REÚNE ILHÉUS tem trabalhado exaustivamente sobre propostas de resolução da crise do transporte coletivo e sua utilidade pública, mas nenhuma foi ouvida. Resistiremos a essa velha ordem de governar, esse antigo regime. Não é de se admirar que os eleitos se espantem, afinal, o tempo criou um grande vazio da participação política popular na cidade e no país, vazio no qual o povo desamparou a gestão e a gestão desamparou o povo. Não há problema algum, agora que a lógica se reverte, abrupta."
O texto acima, intitulado como "A vaca sagrada que dá pouco leite" é de Elizabeth Zorgetz, integrante do Movimento Reúne Ilhéus e graduada em história.
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foto: reprodução/facebook
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